quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Internet vai fazer diferença nesta eleição?

A Internet e eleições - Campanhas políticas 2010Quando Barack Obama decidiu utilizar a Internet como parte estratégica de sua campanha, ele sabia muito bem o que estava fazendo. Outros candidatos usaram a Internet em eleições anteriores sem resultados expressivos. Mas ele percebeu que havia chegado a hora, e a Internet tinha atingido tamanho suficiente para influenciar aquela eleição.
O que talvez Obama não pensou, é que mudaria a forma dos políticos em todo o mundo encararem a Internet. Sua campanha e seu sucesso fizeram com que políticos do mundo todo sonhassem com a possibilidade de usar a Internet em suas campanhas.
No Brasil, neste ano eleitoral, políticos, empresários e cidadãos se fazem a mesma pergunta: “A Internet vai fazer diferença nesta eleição?” Esta pergunta, que escuto frequentemente em meus seminários, esconde duas questões fundamentais: O desconhecimento sobre o uso da Internet no país, e a falta de informações sobre marketing digital. Por isso temos duas possíveis respostas.
A primeira resposta é: Sim, a Internet vai fazer diferença nesta eleição. No Brasil ela já atingiu a massa crítica necessária. Segundo pesquisa do Comitê Gestor de Internet, do total da população brasileira, mais de 90% da classe A, 80% da classe B, 52% da classe C, e impressionantes 20% das classes DE, usam a Internet. E segundo o Ibope, esses brasileiros passam três vezes mais tempo navegando do que assistindo televisão.
Mas se não bastassem estes números, saiba que 18% do eleitorado em 2010, tem entre 18 e 24 anos. Eles são a chamada geração Y, que nasceu com a Internet, e que teve na sua adolescência a inseparável companhia do YouTube, do MSN e do Orkut. Este eleitorado seguramente usará a Internet para se informar, debater e decidir seu voto.
A segunda resposta é: Depende, a Internet pode ou não fazer a diferença nesta eleição. Isso dependerá do planejamento, da equipe de campanha, e do uso do marketing digital. Para candidatos que acham suficiente ter um perfil no Orkut e pedir para um sobrinho ajudar na sua campanha na Internet, a rede de fato não fará nenhuma diferença. Talvez até atrapalhe.
No marketing político digital os resultados dependem de um sólido planejamento e de uma equipe treinada e eficiente. Não se trata de enviar milhares de e-mails com propaganda, criar um Twitter e colocar alguns vídeos no YouTube. Também não adianta usar a Internet como se usa a TV ou a propaganda convencional. O eleitor que está na Internet busca diálogo, debate e participação. Nela temos que buscar primeiro fãs que acreditem nas nossas propostas, e junto com eles desenvolver um trabalho baseado em informações e relacionamento.
Enfim, como digo em meus seminários: “Obama não ganhou as eleições por causa da Internet, mas não teria sido eleito sem ela”. Da mesma forma no Brasil nenhum candidato irá ganhar as eleições 2010 por causa da Internet, mas muitos vão perder por causa dela.
Obs.: Este meu artigo foi publicado originalmente na Revista da CNT

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